11.7.08

Entre Argentina e Chile! > estreito de magalhães








dia 3_23 de abril > Estreito de Magalhães


Uma vez mais o dia começa cedo... Era ainda noite cerrada quando deixámos o Free Style, o primeiro hostal que nos acolheu nesta aventura. Caminhámos uns quantos quarteirões carregados com 15kg às costas e a sentir o ar gélido das 4h da madrugada até avistarmos um grupo de pessoas que também aguardavam o auto-carro com destino a Punta Arenas. Tínhamos uma longa viagem pela frente. 12 horas até chegar à patagónia chilena com destino final em Puerto Natales.

Os auto-carros são muito confortáveis, a paisagem é repetitiva e o contexto convida a compensar as horas de sono que se ficaram a dever à cama.

Por volta da hora do almoço eis que chegámos à fronteira onde parámos para almoçar. Um aviso foi dado, mas não o sufiecientemente explícito para que percebêssemos que a travessia do estreito estava C-O-R-T-A-D-A por tempo indeterminado por causa da ventania que se fazia sentir!

Qual Fernão de Magalhães em 1510, também nós em 2008, com espírito menos empreendedor mas não menos aventureiro sentimos a dificuldade de atravessar o estreito. É verdade, estávamos ali presos!...Entre o Atlântico e o Pacífico no Estreito de Magalhães, desde sempre conhecido pela dificuldade de navegação, devido ao clima inospitaleiro e à sua pequena largura (isto de pequena tem muito que se lhe diga...pequena talvez na patagónia onde tudo é enorme...).

Tínhamos 3 hipóteses: permanecer dentro do auto-carro, ir para fora esticar as pernas e tentar não levantar voo ou refugiarmo-nos no único café de condições precárias, cujo perfume das instalações sanitárias locais não recomendo a menos que o desespero o dite.

Depois da "excitação" de quase voar em terra de ninguém, depois da sessão fotográfica da ordem, lá nos resignámos e fomos ao dito café/restaurante.

Tais condições meteorológicas são frequentes, e para alguns a situação é rotineira. Digam os motoristas dos auto-carros e camiões que se acumulavam em fila, tranquilamente se instalavam nas mesas do café e em amena cavaqueira punham a conversa em dia.

Quatro horas passaram... Almoçámos, escrevemos os primeiros postais da viagem, e "adoptámos" o primeiro companheiro de viagem. Renè, um suíço que viajava por terras da América Latina desde Novembro. Vi-o sozinho e convidei-o a sentar. Tímido, declinou o convite pois queria "desfrutar o vento"..., apenas uns minutos passaram para que voltasse e se juntasse a nós.

A travessia foi finalmente retomada e com algum conforto vemos chegar o primeiro barco que nos possibilitava de seguir viagem....

Chegámos ao destino perto da meia noite e acabámos por aceitar o primeiro hostal que nos sugeriram: Erratic Rock! Nesta altura já éramos 4!










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