when you've got no one to tell theme..."
um blog escrito no feminino... a amiga, a mulher, a filha, a profissional ou simplesmente...TÉ!
22.7.08
11.7.08
Entre Argentina e Chile! > estreito de magalhães
Uma vez mais o dia começa cedo... Era ainda noite cerrada quando deixámos o Free Style, o primeiro hostal que nos acolheu nesta aventura. Caminhámos uns quantos quarteirões carregados com 15kg às costas e a sentir o ar gélido das 4h da madrugada até avistarmos um grupo de pessoas que também aguardavam o auto-carro com destino a Punta Arenas. Tínhamos uma longa viagem pela frente. 12 horas até chegar à patagónia chilena com destino final em Puerto Natales.
Os auto-carros são muito confortáveis, a paisagem é repetitiva e o contexto convida a compensar as horas de sono que se ficaram a dever à cama.
Por volta da hora do almoço eis que chegámos à fronteira onde parámos para almoçar. Um aviso foi dado, mas não o sufiecientemente explícito para que percebêssemos que a travessia do estreito estava C-O-R-T-A-D-A por tempo indeterminado por causa da ventania que se fazia sentir!
Qual Fernão de Magalhães em 1510, também nós em 2008, com espírito menos empreendedor mas não menos aventureiro sentimos a dificuldade de atravessar o estreito. É verdade, estávamos ali presos!...Entre o Atlântico e o Pacífico no Estreito de Magalhães, desde sempre conhecido pela dificuldade de navegação, devido ao clima inospitaleiro e à sua pequena largura (isto de pequena tem muito que se lhe diga...pequena talvez na patagónia onde tudo é enorme...).
Tínhamos 3 hipóteses: permanecer dentro do auto-carro, ir para fora esticar as pernas e tentar não levantar voo ou refugiarmo-nos no único café de condições precárias, cujo perfume das instalações sanitárias locais não recomendo a menos que o desespero o dite.
Depois da "excitação" de quase voar em terra de ninguém, depois da sessão fotográfica da ordem, lá nos resignámos e fomos ao dito café/restaurante.
Tais condições meteorológicas são frequentes, e para alguns a situação é rotineira. Digam os motoristas dos auto-carros e camiões que se acumulavam em fila, tranquilamente se instalavam nas mesas do café e em amena cavaqueira punham a conversa em dia.
Quatro horas passaram... Almoçámos, escrevemos os primeiros postais da viagem, e "adoptámos" o primeiro companheiro de viagem. Renè, um suíço que viajava por terras da América Latina desde Novembro. Vi-o sozinho e convidei-o a sentar. Tímido, declinou o convite pois queria "desfrutar o vento"..., apenas uns minutos passaram para que voltasse e se juntasse a nós.
A travessia foi finalmente retomada e com algum conforto vemos chegar o primeiro barco que nos possibilitava de seguir viagem....
Chegámos ao destino perto da meia noite e acabámos por aceitar o primeiro hostal que nos sugeriram: Erratic Rock! Nesta altura já éramos 4!
1.7.08
Se eu fosse...
5.6.08
Argentina! > ushuaia II...
O sono rapidamente desaparece quando Sebastian, um belo rapagão alto e alourado chama pelos nossos nomes. A dupla feminina do trio, arregála os olhos, troca entre si olhares e discretamente sorri. É verdade, o nosso guia era um excelente exemplar da beleza argentina e adivinhava-se o resto do dia a "babar"...
Já no jipe, começamos a subir a montanha e a paisagem começa a adquirir uma coloração deslumbrante. A camada de flocos de neve que cai subitamentetentam tenta esconder os tons outonais das folhas das árvores que percorrem uma palete que vai do amarelo ao vermelho - just amazing.........
A primeira paragem no mirador permite-nos apreciar o Lago Escondido, sentir o friozinho que se faz sentir lá em cima e guerrear com as bolas de neve fofa como se fôssemos crianças...
E depois da tempestade vem a bonança. O dia ainda agora começava e o sol acaba por nos fazer uma surpresa!!!
Chegados ao lago, formam-se os pares para o passeio de canoa. Barcos dentro d'água e toca a remar. Uns mais preguiçosos, outros mais expeditos no seu ritmo quando por vezes ouvia-se um grito que rompia o silêncio no meio das águas calmas do lago: "Rema brasileiro que isso aqui não é Veneza não!!!" (gargalhadas...)
A próxima paragem seria o Lago Fagnano, que à primeira vista de lago tinha muito pouco, tal não era a sua imensidão e a agitação das suas águas. A paragem foi breve ou então teríamos todos voado pelos ares.
De volta ao jipe, tracção às 4 rodas e aqui vamos nós para a parte "radical" do dia...o todo-o-terreno! Muita lama, muito sobe, muito desce, muito "quase"vira, muito "quase" enterra...muito BOMMMMM!
O melhor do dia??? a cor das árvores, o silêncio das águas calmas do Lago Escondido no meio da montanha, em contraponto com lagos de águas revoltas e dimensão de mar... a emoção do todo-o-terreno...ah! e é claro, o Sebastian!!!
4.6.08
Argentina! > ushuaia...
...a expectativa do devir, a ansiedade pela aventura prestes a começar...
E foi de mochila às costas que cheguei ao Fim do mundo! Ushuaia é o ponto de partida da "aventura patagónica".
(A "big" mochila - a mesma que me deixava com ar de "burra de carga", pois por muito que a pessoa seja prática e contida na escolha dos modelitos, a combinação "mochila+10dias+menina = Té de cara no chão ao mesmo tempo que se tenta equilibrar com a dita às costas" foi deixada no hostal.)
Com um dia de atraso relativamente ao plano inicial, o trio está reunido. O entusiasmo era muito e... não havia tempo a perder. Num hápice corremos para apanhar o próximo barco. Segue-se o primeiro de muitos passeios - canal Beagle! com direito a ver os amontoados de leões marinhos tão pachorrentos quanto brincalhões... que coisinhas tão fofas!!!
Ao fim do dia socializámos com a descontraída comunidade "backpacker" instalada no mesmo hostal e com quem posteriormente viríamos a partilhar alguns dos destinos que se seguiram.
Da janela, podíamos contemplar uma vista inspiradora sobre o porto da cidade.
O dia seguinte prometia emoção! Passeio aos lagos versão radical...em 4x4!